Primo Fred
Não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. 2 Tessalonicenses 3:7, 8
Uma das regras que Paulo estabeleceu para os seguidores de Cristo foi: “Se alguém não quiser trabalhar, também não coma” (2Ts 3:10). O próprio apóstolo serviu como exemplo disso. Apesar de poder reivindicar o direito de ser sustentado pela igreja, Paulo escolheu trabalhar a fim de pagar as próprias despesas, para não se tornar uma carga para ninguém.
Hoje, muitas pessoas procuram fazer o mínimo para obter o máximo possível. Se conseguirem alguém para sustentá-las, melhor ainda. Sonham em se tornar ricas, levar uma vida fácil e nunca se preocupar em trabalhar novamente. Assim, apostam na loteria.
Jack Whittaker, de Charleston, Virgínia, acertou sozinho a maior loteria acumulada da história dos Estados Unidos – um total de 314 milhões de dólares. Whittaker se contentou com a quantia de 113 milhões de dólares depois de seu prêmio ser tributado e passou a curtir uma vida de lazer e ociosidade.
Dois anos mais tarde, sua esposa, Jewel, relatou a um repórter
– Gostaria que nada disso tivesse acontecido. Gostaria de ter rasgado aquele bilhete.
Desde que Jack Whittaker ganhou na loteria tinha sido preso duas vezes por dirigir bêbado e enviado para uma clínica de reabilitação. Foi multado por agredir o gerente de um bar e acusado em duas ações na justiça por causar problemas.
Essa história me faz lembrar do primo Fred. Em minha infância, na Austrália, meu primo Fred, bem mais velho, era uma pessoa comum, com um emprego fixo, esposa e filhos. Certo dia, porém, ganhou na loteria. Pediu demissão do emprego e nunca mais trabalhou um dia sequer em sua vida. Começou a beber desvairadamente, vindo a tornar-se alcoólatra. Não demorou muito, sua esposa não suportou a situação e pediu o divórcio. Ao fim de sua vida, o primo Fred era um pobre fracassado.
A indústria dos jogos de azar seduz os pobres e desesperados com esperanças e promessas irreais. Aproveita-se dos indivíduos mais desafortunados da sociedade, levando-os a perder o pouco que possuem dos bens deste mundo. Cria perdedores em todos os sentidos.
A resposta para o pobre e o desesperado – e para todos nós – é graça, não jogos de azar. A graça nos ergue para viver e trabalhar com a dignidade de um filho de Deus.